17 dezembro, 2008

O limite do homem: sua naturalidade

E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele.
E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos. Ap 5.4-5


Sempre quando leio essa passagem, procuro mentalizar toda aquela cena do ocorrido, e cada vez que faço isso, fico extasiado. É tremendo toda a situação. Mas hoje atendo ao versículo 4 especialmente, porque me chama a atenção a atitude do Apostolo João diante de tudo o que estava vendo. Ele chorou quando não conseguia enxergar ninguém que fosse digno de abrir o livro. Terrível não é?, mas deixe-me dizer mais: É incrível que ele não tenha enxergado quem poderia abrir o livro. Sabe aquele dito popular que diz: Estava a um palmo na frente de seu nariz. Pois é, é isso que aconteceu com o Apostolo. Mas vamos procurar ser justos com ele e analisemos a situação pra responder o porque. Veja bem, ele estava numa situação espiritual, estava arrebatado e estava nos céus, mas não conseguia enxergar. É difícil entender porque na verdade, ele tinha tudo a seu favor pra isso, porém, o que não funcionou era porque Deus permitiu que ele fosse dirigido por seus sentimentos. Note que ele "chora", quando devia estar super hiper feliz. Esta foi a ocasião que Deus usou para nos mostrar que precisamos encarar ( enxergar correto, ver melhor, etc) todas as coisas espirituais como elas são, "espirituais". Não podemos encarar as coisas de Deus de qualquer maneira. Se não as discernirmos, continuaremos sendo dominados pelos nossos sentimentos. Paulo o Apostolo, nos ensinou em sua carta aos 1 Co 2.10-16, o seguinte: Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. Fica claro que o apostolo Paulo estava nos ensinando que as coisas espirituais precisam ser compreendidas (encaradas) de forma espiritual. Não podemos interagir com Deus de forma natural. Porque não conseguiremos entender o que Ele tem pra nós, e tão pouco sentiremos da maneira correta. Não podemos fazer das coisas espirituais como naturais, ou seja, não podemos lidar com um Deus sobrenatural de forma natural. Não podemos ir à igreja e lá permanecermos como naturais diante do sobrenatural. É o caso de muitas pessoas que quando vão prestar culto à Deus, acabam prestando culto ao horário, às acomodações da igreja, como primeiros ou últimos lugares, ou quem sabe aqueles lugares perto do banheiro ou do bebedouro, pra ficar mais confortável sua "prestação de culto". Ou quem sabe ainda prestar culto colocando o papo da semana em dia e por ai vai. Amado, como vamos sentir a presença de Deus dessa maneira tão natural?. Como vamos nos santificar pra Deus dessa maneira?. Como vamos aprender a lidar com os dons espirituais ou deixar que o fruto do Espírito se manifeste em nós, se agirmos limitados pela nossa "naturalidade"?. Como vamos agradar a Deus desse jeito se continuamos com Deus, o que começamos como homens naturais. O próprio Apostolo João nos ensinou em seu Evangelho, que Deus procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade. Não é possível assim, não é mesmo?. Então ai vai a resposta do porque João chorou naquele dia. Ele chorou porque seus olhos foram tomados pela parte natural do homem, que o impede de ver a Deus. Ele precisava ir além dos limites, precisava deixar o natural para se aprofundar no sobrenatural. Volto a ressaltar que ele estava arrebatado, e sabe o que aprendo aqui. Que estar espiritual, não me garante santidade, mas que ser espiritual sim. Tem um monte de gente que fala em línguas estranhas, profetiza, ora com imposição de mãos, mas tem uma vida miserável espiritualmente dizendo. A bênção está a um palmo do nariz e ele não tem a reação correta, ele "chora". Mas louvado seja Deus, que nos prova e não nos deixa sofrer além daquilo que suportamos, mas antes vem com eu diria nesse caso, a resposta. João é pastoreado, isso mesmo, pastoreado. No versículo 5, um ancião vem e diz: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos. Uau, é sempre bom ter um pastor por perto não é mesmo!?. Daí nosso amado Apostolo , o que realmente estava acontecendo e depois há uma sucessão de bênçãos em adoração incríveis que fica pra uma próxima edição. Mas, encerrando , quero dizer a você: Vença sua limitação, comece a enxergar Deus como Ele é, e você vai ver todas as respostas pra uma vida vitoriosa, "bem a um palmo do nosso nariz".
Deus abençoe.
Pastor Carlos Alberto

08 dezembro, 2008

Fazer discípulos

Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse. Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos.
João 17.12-13

O capitulo 17 de João é especialmente importante para nós, pois se trata de um momento na vida do Senhor Jesus em que Ele dedica todo o seu tempo aos discípulos. Foi como se Ele estivesse escrevendo um testamento no qual os discípulos seriam os maiores privilegiados. Ele ora, intercede e sobretudo, declara de uma maneira única, o seu maior prazer, ou a sua dádiva. No versículo 13, vemos as palavras: "minha alegria". Nesta declaração vemos a natureza de Deus ser revelada. Quando lemos a Bíblia, desde o Gênesis até o Apocalipse, vemos um Deus se movendo, falando, sentindo e agindo com Sua criação, demonstrando assim seu desejo de compartilhar com seus seres criados, tudo aquilo que Ele é. De forma bem resumida, na verdade Deus não é um ser que vive no isolamento, mas alguém que se interage de uma maneira especial e tremenda. Desde o Sumo concilio dos céus, passando pelo Éden e até hoje, vemos Deus interagindo, primeiro com os anjos, depois com os homens. Deus é na verdade o Pai, ou seja, aquele que constroi relacionamentos e não vive em isolamento. Deus tem muitos filhos, Aleluia. Baseado nessas coisas, quero falar um pouco sobre discipulado. O que é o discipulado, senão a maneira mais perfeita de comunicar, doar, ensinar tudo a alguém, o que você é, pensa e age. Isso é maravilhoso, e é um dos mais importantes fundamentos do Cristianismo. Mas porque discipulado tem a ver com as palavras: "minha alegria". Vejam, o Senhor Jesus, quando chegou nesse período de Seu ministério, Ele já tinha feito grandes milagres no meio do povo. Agora Ele estava se preparando para o desfecho final de Seu propósito aqui na terra. Ele estava se preparando para a crucificação. Mas note bem, que, ao invés de tristeza, Ele pronuncia a palavra "alegria". E sabe por Ele fez isso? Vou lhe responder como pastor que sou. Um pastor pode realizar coisas maravilhosas em nome de Jesus. Podemos construir igrejas, comprar uma boa mobília pro templo, bons equipamentos de som, podemos fazer inesquecíveis acampamentos, seminários, convenções, mas, nada se compara quando alguém chega em você e diz: quero aceitar a Jesus como meu Salvador. Quando batizamos pessoas, no momento do batismo, é que de fato nos sentimos realizados em nosso oficio. Isso é maravilhoso, e quero que saiba disso. Então, quando vemos o Senhor Jesus sentindo alegria nesse momento, não é porque Ele tenha alimentado milhares de pessoas de uma só vez, ou porque tenha ressuscitado alguém, mas, Ele sentiu alegria, porque fez discípulos, ao passar pela terra. Ele conseguiu imprimir a vontade de Deus na vida dessas pessoas, de uma maneira tal, que hoje o Cristianismo, é praticamente, a metade ou mais, de todos os habitantes da terra. Isso não é incrível?. Atente pra isso. Quando fazemos discípulos, na verdade perpetuamos aquilo que cremos. Damos condições para que aquilo que não conseguirmos fazer dentro do tempo que nos é devido, outros farão, ou continuarão a obra que Deus começou em nós. Na verdade, hoje somos os remanescentes que creram em Jesus, na palavra Dele, Aleluia. Precisamos entender que a vontade de Deus é nossa santificação, mas, preste atenção no contexto, pois vamos ver o Senhor Jesus falando sobre isso. Quero que sua mente se abra, pois a santificação não é apenas a separação das coisas do mundo, mas sobretudo é nossa entrega pessoal à Deus, por outras pessoas. Temos o dever de ajudar a outros, que assim como nós, precisam ser libertados do poder do pecado. Temos que transmitir a eles, a alegria e o porque de sermos discípulos de Jesus. Faça discípulos, gere filhos espirituais, sinta a mesma alegria que o Senhor Jesus sentiu naquele dia e eu tenho certeza, que você vai se realizar por completo. Você compreenderá, o motivo da sua existência. Creia nisso, pois não tem coisa mais preciosa, do que conquistar pra Deus a vida daqueles que estão desviados da Sua presença. Creio que, se você pudesse perguntar a Deus o que Ele gostaria que você fizesse à Ele, com certeza Ele diria: "Dai me filhos", Aleluia. Eis o motivo da alegria de Jesus, Ele sabia que nem a morte , nem os problemas do dia a dia, as dificulades, as adversidades e tudo mais, não podiam separá-lo mais, daqueles que Ele conquistou com Seu amor. É isso que Deus quer, creia.
Um grande abraço
Pastor Carlos Alberto

02 dezembro, 2008

Aprendendo a superar dificuldades

Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 2 Co 4.17

O Senhor Deus usou cada apostolo de acordo com a unção que eles receberam. Foram usados conforme os dons e conhecimentos culturais e adquiridos que cada um possuía ou passou a ter. Foi tremendo o que Deus fez na vida daqueles homens e ainda mais impressionante, como a mensagem de Cristo moldou cada um deles ao ponto de todos darem suas vidas em prol do Evangelho. Cada um sendo usado respeitando seus limites de conhecimento, habilidades e sentimentos. Foi incrível o que Deus fez nos apostólos, Aleluia!. Mas, deixe-me dizer algo que foi comum pra todos eles: a Tribulação. Vejam, ela foi algo que todos tiveram que aprender a lidar e não somente isso, mas tiveram que transpor de uma maneira tal, que o que sempre ficava era o amor, conforme Paulo nos ensinou. É incrível, não é?. Isso é o Cristianismo, não uma religião apenas que ensina o homem a se religar com Deus cumprindo alguns rituais, mas sobretudo um estilo de vida porque não leva o homem apenas à uma religação, mas, à uma identificação com seu criador. O homem em Cristo, pode todas as coisas, principalmente, superar os obstáculos e fazer deles como troféus. Paulo nos ensina no versículo citado que, tudo o que identificamos como "problemas" em nossas vidas, na verdade são apenas coisas leves e momentâneas que acabam gerando algo muito maior e excelente. Estaria Paulo apenas nos motivando?. Claro que não. Alguém teria motivação ainda maior depois de sofrimentos?.Creio que não. É comum uma pessoa quando é corrigida, no máximo, continuar de onde parou mas nem sempre com a mesma motivação. Agora, quando olhamos para Cristo, vemos algo muito maior nos movendo. Vemos algo ainda muito mais forte nos conduzindo. Na verdade, quando alguns só conseguem ver uma luz no final do túnel, aqueles que estão em Cristo Jesus se levantam em meio as tribulações e trevas da vida, como se fosse dia perfeito dentro do mesmo túnel. Quando consideramos nossas vidas com Deus, precisamos sempre nos lembrar de quem representamos e a mensagem que trazemos dentro de nós. Creio que era isso que movia Paulo, Pedro, Tiago e os outros quando estavam sendo perseguidos, humilhados, caluniados, castigados, e quando suas vidas estavam em perigo, não porque estivessem realizando coisas do mal, mas porque estavam fazendo o bem. Sabe, é maravilhoso poder servir e seguir a um Deus que não necessariamente nos livra das tribulações, mas que está conosco em meio delas, nos ensinando como vencê-las, garantindo não só a nossa sobrevivência, mas também nosso futuro. Devemos reconsiderar o que chamamos de problemas. É isso mesmo, reconsiderar e começar a enxergá-los da maneira como nos convém agora. Mostremos aos problemas, como é grande o nosso Deus. E vivamos uma vida que resuma tudo aquilo que somos mediante as tribulações. Somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Aleluia. Desejo a todos vocês, felizes dias, nas leves e momentâneas tribulações que geram peso de glória muito excelente.
Um grande abraço
Pastor Carlos,
seu conservo e sofredor amigo